Contém Spoilers
Ok, seria difícil não gostar de um episódio de Glee com “Telephone” e “Listen”. Mas independente da euforia que me tomou ao ouvir essas canções na série, seu retorno fez jus ao sucesso da primeira temporada. Audition apresentou novos personagens que parecem render futuros bons momentos, renovou seus números musicais – sem abrir mão dos bons e conhecidos no auditório ou na sala de audição -, trouxe Sue Sylvester em seu melhor estilo e deixou uma pergunta: “Como conseguimos ficar tanto tempo sem isso?!”.
Se não despertou a atenção da maioria dos alunos no pátio da escola, “Empire State of Mind” empolgou do outro lado do monitor com um número musical bem coreografado ao ar livre – e só as versões de Glee são capazes de me fazer ouvir hip-hop, um estilo que, particularmente, muito desagrada -, dando início a ótima seleção de músicas do episódio, como sempre, valorizadas pela interpretação do elenco. E através de suas vozes, conhecemos também dois novos personagens. Sam [Chord Overstreet], não à toa descoberto cantando no chuveiro como Finn na temporada anterior, soa mesmo como um reflexo do passado do atleta, ou seja, apesar do talento – “Billionaire” o deixou claro -, a preocupação com sua popularidade e reputação pode atrasar seu possível ingresso no Glee Club. Mas com Finn expulso do time de futebol e Sam ocupando justamente sua posição, a relação entre ambos pode tomar rumos diversos. Sunshine [Charice], por sua vez, talvez pouco aparecerá na temporada devido aos últimos acontecimentos, mas sua participação foi marcante com “Listen” e o dueto com Rachel em “Telephone”, numa cena hilária no banheiro.
Mas é Bestie [Dot Jones] a personagem mais empolgante desse início, a qual, com a saída do treinador Ken Tanaka – graças a Deus, porque ele era um porre! -, assume o comando do time de futebol americano. Aparentemente soando como uma nova versão de Sue, Bestie já mostrou que vai muito além de uma ditadora em campo, revelando sentimentos e vaidades por detrás de muita massa e uniforme masculino. Com o trabalho da atriz Dot Jones, que equilibra perfeitamente a ambiguidade da personagem, Bestie tem tudo para crescer ao logo da temporada. Além de tudo, é mais um alvo fácil para Sue Silverter. Ah, e Sue Sylvester! Nada nesse episódio foi melhor que Jane Lynch e seus comentários – e eu terei o prazer de anotar os melhores ao longo da temporada.
Só o que me preocupa é o retorno de Quinn à Cheerios. Torço para a personagem, que muito evoluiu ao longo da temporada passada, não retroceder e voltar à superficialidade que era no início. Por outro lado, o motivo de Santana ser rebaixada entre as líderes de torcida não poderia ser mais nonsense e engraçado, o que mostra que Glee não perdeu suas qualidades. E resta esperar o que virá com a briga das duas.
Encerrando com “What I Did For Love” na voz de Lea Michele – e todos os solos da atriz são dignos -, o primeiro episódio desta nova temporada foi promissor, ainda que o namoro entre Tina e Mike tenha soado um tanto forçado à primeira vista e Emma não ter dado as caras. No mais, foi aquela coisa, Rachel fazendo merda e pagando de diva, a bondade sem fim de Will falando mais forte, Kurt levando bebida na cara e sendo chamado de “mocinha”… Essas coisas, enfim, que a gente gosta de ver.
Creio que coisas boas virão por aí. E acredite, o episódio com Bitney Spears semana que vem pode ser uma dessas.
nota 5/5
E disse Sue Sylvester:
- “Primeiro, treinadora de futebol, assim como enfermeiro homem, vai contra a natureza.”
- “Não quero você na minha equipe. Ficarão surdas com o som das suas estrias se esfregando.”
- “E Sra. Peituda, você ficará na base da pirâmide. Assim quando cair, seus air-bags protegerão a equipe.”