britney spears – “femme fatale”: faixa a faixa

Corro risco de perder alguns um leitor após esse post e talvez não seja a melhor forma de ressuscitar um blog. Mas o novo álbum da Britney Spears Britoca é uma coisa linda que precisa ser colocada em pauta. A gente aproveita que o disco vazou muito antes do seu lançamento, previsto para dia 29 de março, e se joga no som, faz mini-balada no quarto e passa vergonha no last.fm colocando a cantora como top 1 da semana. Porque, olha, Britoca pode ser o que for, mas ela os produtores sabem fazer algo com potência – potência de grudar no seu cérebro e não querer sair.

Preparado para um passeio por Femme Fatale? Não julgue minha frase de efeito nem responda minha pergunta. Baixe [depois compre -n] o álbum, dê play e siga adiante!

Till The World Ends – Uma vez uma bicha muito entendida me disse assim: “Os álbuns da Britney podem até ser chatos, mas ela sabe fazer singles.” E veja bem, ele tem razão. Este será o próximo single da cantora e, prepare-se, você ouvirá muito essa música por aí! O refrão é só “Ooooohhh oooohhhh ooooohhh oooohhhh” e refrões assim, repleto das onomatopeias, são dos mais perigosos, porque uma vez que seu cérebro processa, já era. Ótima forma de começar um disco.

Hold It Against Me – Um tapa na cara da sociedade, uma obra-prima, a melhor música do ano… Qual outro título merece Hold it Against Me? A música, que ocupa meu principal posto “por favor, toque na balada pra eu fazer a bitch”, é, para mim, o melhor single da cantora em todos esses anos de carreira interrompidos por rehabs. Essa coisa de “música agitada mas com refrão paradinho” geralmente é decepcionante, porque é justamente na hora do refrão que você quer fazer alok, mas aqui tudo emana beleza. Música perfeitinha, grudenta na medida. Estou doidinho pra  cantar esse refrão para alguém. -aquele

Inside Out – Daí você sai de dois singles que abrem o álbum e se depara com a primeira música realmente desconhecida do disco. E BOOOM, que coisa linda! Com título muito safadenho, que logo pede uma interpretação pevertida, a canção já é uma das minhas preferidas do disco pelo refrão legal de cantar – adoro o “inside oooout” – e pela batida “vai de um lado pro outro só na sensualidady” que preenche seus três minutos e trinta e oito segundos.

I Wanna Go – Olha, quando ouvi essa música pela primeira vez achei puro horror. Simplesmente a voz da Britney não aparece! Digo, é aquele robozinho cantando o tempo todo. E por “tempo todo” entende-se o tempo todo mesmo. Essa ela podia ter cantado na cama, enferma, com dor de garganta que não ia fazer diferença. Mas aí depois você pensa “Ah gente, isso é Britney!” e começa a apreciar esse refrão maravilhoso com pinta de O Discurso do Rei, já que ela o computador fica gaguejando. Todos imploram para ser o próximo single da cantora, porque, veja bem, se isso tocar numa noite dessas, eu não respondo por mim.

How I Roll – Isso não é comida, mas é pura delícia e tem um ritmo muito gostoso. A quinta música de FF vem para você relaxar, a voz da Britoca tá quase inofensiva, discreta e misturada a outras vozes de fundo, às vezes interrompidas por uma voz  masculina que dá um contraponto legal.  A canção se destaca em meio ao agito predominante do álbum. Depois de Hold It Against Me, talvez seja a melhor do CD.

(Drop Dead) Beautiful (featuring Sabi) – Se você não sabe quem é Sabi, não se preocupe, eu também não sei. Mas Beautiful desce o nível do disco. Não é ruim, se tocasse numa boate qualquer estaríamos todos quebrando as cadeiras, mas faz aquele tipo básico de música da Britney sem inspiração. Refrãozinho correto, vozinha distorcida, tudo com pinta de remix e sem muito perigon.

Seal It With A Kiss – Também não é o melhor que FF tem a oferecer, pouco marca, mas esse “and seal it with a kiss uuh uuh uuh uuh” é irresistível. É tão qualquer coisa que eu simplesmente não sei mais o que dizer sobre a música. Próxima.

Big Fat Bass (featuring will.i.am) – Falei por aí que era a mais chata do disco, e eu posso ter razão. Mas cada vez que a ouço, passo a desgostar menos da música. Tem um efeito de fundo que é muito legal, que vai tipo sumindo no infinito, se dissipando. No geral, é toda cheia de sons, parece que tem cavalo, sirene e uma mistura grande de batidas. Olha, continuo sem saber o que achei.

Trouble For MeA seu modo, a voz da Britoca tá marcando presença nessa música, que é uma delicinha. Aprovada.

Trip To Your Heart – A música já começa impondo respeito – sua abertura é algo grandioso, lembra esses ritmos clássicos de noite de uns muitos anos atrás. Porém, a canção é a mais tranquila do álbum, Britney faz voz de menina doce e é preenchida por uma batida das mais agradáveis, meio discreta mas que te convida a, no mínimo, balançar o ombro.  Tudo é muito equilibrado, nada em excesso, tudo no ponto. Uma das melhores do disco.

Gasoline – Música para fazer a bitch, certamente. Acho que o excesso de “You’re settin’ me on fire” pode acabar tornando-a meio enjoada – e acho que é por isso mesmo que ela não me apetece tanto. Mas é boa, tem balanço, letra safadenha e desce bem na tracklist.

Criminal – Essa flauta no início te faz soltar um “wwwwoooooooowwww!” e perguntar se ainda é o CD da Britoca que está tocando. Depois tudo volta ao normal, sua voz chega denunciando tudo. Mas peraê!, não vamos subestimar o violão e a flauta que acompanha a cantora em todo o tempo, tornando Criminal uma preciosidade. Diferente de todas as outras músicas do disco, é um achado. FF chega ao fim da melhor forma possível.

 

SALDO GERAL | Britoca é puro passatempo, a gente sabe, mas a gente adora. Um disco como esse garante 50 minutos de festa, e isso é algo que merece respeito – ou que, no mínimo, tem seu valor -, por mais que Britney Spears pouco faça, já que nem cantar é exigido muito dela. Mas ainda assim o disco é bom? Sim! Tudo que pode se esperar de um álbum como Femme Fatale, ele oferece, e por isso precisa ser reconhecido. Daqui a um tempo pode ficar enjoadíssimo – e eu aposto que sim -, mas por enquanto tá uma maravilha. nota 4/5